23 de dezembro de 2008

sabores

hoje eu anoiteço e me recordo daquela estação com um gesto talvez não de saudade
não de agonia, diferente da solidão
acordo com gosto da capacidade do sentir
sentir tão lindo e tão dentro
purinho
na perspectiva das possibilidades de encontros de lugares meus
dessa emoção que brota dum dia ensolarado
ou numa noite troca e toca,
cresce sem permissão, alimentado de coisas que mexem e remexem a alma
me botam na calma, de encontro com sou, estou e vou.

22 de dezembro de 2008

21 de dezembro de 2008

sjrp

tem-uma-mangueira-naminha-calçada

18 de dezembro de 2008

15 de dezembro de 2008

par pra minha dança

9 de dezembro de 2008

não dou conta da conta que fiz
será que dá pra par-celar?

7 de dezembro de 2008

ver-sol

quando já estivermos na escassez da palavra
e tudo antes existido se dissolver
disso vou escrever, ver o que ainda resta pros ouvidos quase mortos
quero o vestido rodado mais esquecido
contar de suas cores num giro
se já não houver mais corpos a rodá-lo
dançarei eu só
só eu
entre letras até às seis
até ressuscitá-las das bocas, das fitas e das orquídeas
até o verSÓ se ver-sou.

28 de novembro de 2008

27 de novembro de 2008

dos lugares que visito fica o meu olhar
fica meu-o-olhar, e o cheiro no varal da casa de morar

é luz e faz jus





*desenho de Paula

23 de novembro de 2008

eu não vou escrever aqui mais uma palavra de amor!

não, não me sobrou mais nenhuma pra estampar essa tela, tela preta de teclar.

22 de novembro de 2008

15 de novembro de 2008

eu e você

se te percebo
daqui aTRAIO, te trago
feito cigarro,
meu fumo afasta mal olhado

espanta espantalho

se daqui percebo,
tudo, percevejo

te rasgo
deixo tudo uma coisa só
nós dois, um nó

agora eu era o herói e meu cavalo só falava inglês


12 de novembro de 2008

levo assim. leve assim



parte de mim é o que vejo
a outra parte, vermelho

9 de novembro de 2008

vou contar um conto, vou chamá-lo de canto da ausência.



ela já sentia gelada a água. sentia o frio e o suor do estômago gota a gota crescerem dos pés em direção ao tornozelo, cintura e esmalte vermelho. água de poça, de transborda, de borda de rio.
podia naquele instante parar e saltar, alcançar o espaço quente, o lugar firme do casaco no corpo e do alívio no ranger dos dentes.
escolheu ficar. estática. gelando.
além, escolheu de dentro buscar pouco a pouco o carinho pulsante, o calor latente, colar di-amantes perdido no lago sereno, na mesa do café, no olhar da troca.
colheu tudo o que pode no tempo que lhe restava, colheu os sorrisos, os gestos, o aperto no peito, a atenção recebida e toda a paixão, enfim, erguida.
juntou cada pedaço re-encontrado e montou com um ou dois movimentos um abrigo. quente tão quente que aquela água parecia ser só uma armadilha pra ela não continuar, e deixá-la sem experimentar a sensação mais mágica de sua vida, o que chamo aqui de Encontro. todo o resto assim lhe parecia pequeno perto disso. ilusões e devaneios de uma cabeça inchada.
fixou no que tinha em mãos, em mente, a frente, em volta, nos pés, na alma. sentiu uma paz imensa e uma vontade de ser mais. com tudo somado tinha certeza da passageira tempestade, certeza de que era apenas uma passageira sem aviso prévio, alguém que descobre como se sente a vida com cada poro do tempo. em cada poro do corpo.

foi quando quis compartilhar, contar do que tinha visto e sentido. quis falar da plenitude, do amor suave, da conquista da intimidade, do casaco grosso que tinha esquecido no armário. que agora podia emprestá-lo, ser com ele.

e foi que a água sem mais espera, inquietante, subiu subiu subiu, deixou seus braços, pernas e seu abrigo batendo, procurando saída, procurando uma voz alta que pudesse falar tudo antes do tudo. mas tal água densa sem enfim, sem conseguir escutar, congelou-a toda. deixou afogada todas as suas descobertas e seu sonhos encontrados.

ali naquele instante.





não. vou chamá-lo de canto da saudade.
gosto de vestir listras
e beijar bolinhas

delirando. o livro e o chão



esse é fera demais


*mê, chegou!

7 de novembro de 2008

DESABAfos

(co)ordenaDOR
descoordenamor

vaipraputaquepariu
e-zé-fi-ni-u

sá(ba)bado

cadavezqueemvezdecinco
vezesdoissefazemdez
dezvezessinto
dasvezesdanço
talveztechamo
promeutangomanco
orangotango

23 de outubro de 2008

se tudo que fazemos está impresso em algum canto
qual canto rima com o do sabiá?

22 de outubro de 2008

dos sabores e dos sonhos

levo da vida o que leve passeia em minhas lembranças
aquilo que pousa suave,
imagens coladas nas pálpebras semi-abertas que quando, durante à noite, em que a vida toma da face negra vontades encolhidas,
descongelam, ramificam-se, agitam-se,
descolam pra serem movimentos coloridos
silhuetas perfeitas de experiências não vividas
instigando em contínuas sublimes metamorfoses
meus desejos calados, murmúrios escondidos
toques esquecidos ...
olhares e ângulos ofuscados pela claridade do dia ...

18 de outubro de 2008

mas eu não te quero santa ...

par-seria

Durante o percurso já não havia mais tronco deitado, pedra de riacho ou papel sem linha, folha de caderno pendurada em árvore que dá manga.
Tudo parecia inédito, retido nos olhos como a primeira e única vez, parceria de terra e ser, chão e vento.

14 de outubro de 2008

dois animais metafísicos

"(..) A primeira é a "estátua sensível" de Condillac. Descartes professou a doutrina das idéias inatas; Etienne Bonmot de Condillac, para refutá-lo, imaginou uma estátua de mármore, organizada e proporcionada como o corpo de um homem e habitada por uma alma que nunca houvesse percebido ou pensado. Condillac começa por conferir um único sentido à estátua: o olfativo, talvez o menos complexo de todos. Um cheiro de jasmim é o princípio da biografia da estátua; por um instante não haverá senão esse aroma no universo, que, um instante depois, será cheiro de rosa e, depois, de cravo. Se houver na consciência da estátua um único perfume, já teremos a atenção; se perdurar um perfume quando houver cessado o estímulo, teremos a memória; se uma impressão atual e uma do passado ocuparem a atenção da estátua, teremos a comparação; se a estátua perceber analogias e diferenças, teremos o juízo; se a comparação e o juízo voltarem a ocorrer, teremos a reflexão; se uma lembrança agradável for mais vívida que uma impressão desagradável, teremos a imaginação. Engendradas as faculdades do entendimento, as da vontade surgirão depois: amor e ódio (atração e aversão), esperança e medo. A consciência de ter atravessado muitos estados dará à estátua a noção abstrata de número; a de ser perfume de cravo e ter sido perfume de jasmim, a noção do eu. (..) "

Jorge Luis Borges

8 de outubro de 2008

7 de outubro de 2008

tanto

e quando
e quanto
e(n) canto!

30 de setembro de 2008

minha-natureza-emana

plantar-e-colher
plantar-pra-comer

meu horário quebrou o tempo do relógio
me enchi de vento, voei balão

e agora não sei onde guardo tudo aquilo , o em vão ...

22 de setembro de 2008

toca-disco

gosto das palavras em desuso
das fora de moda
esquecidas

das que dizem o que as bocas têm medo
e os ouvidos correm,
a língua enrola, o peito torce

.

gasto o vocabulário
repetindo outras tantas
dando a hora, o com-passo
o ritmo da dança

quem vê, vê de fora
sente dentro, e troca-t(r)oca.

18 de setembro de 2008

Cordão

de dentro pra fora
do centro pro eixo
eu girei

criei

espaço de tráfego, de rotas de energia
espirais ascendentes
música com o tronco, braços, lados

éramos em tantos
que da mistura dos sons do corpo
geramos dança

pro-nome nosso.

17 de setembro de 2008

pipoca no chão

era ainda a plantação de limão!

10 de setembro de 2008

meditação

para quê?!
salta de pára-quedas, pára quem dá!
praquem você dá?
por que não ficar
por que não pular?
salta, e no alto avista a abertura de suas pernas
observa o traço que desconjuntado seu corpo risca no ar
junta-o ao nada por onde neste instante passeia,
junta asas, expiração e leveza
pesa tudo na alma [toneladas de excitação]

e inspira....

alcança enfim o carinho de ser, em segundos de grandeza, Humano.

5 de setembro de 2008

ali.viu?

alívio ..........

2 de setembro de 2008

celinha


mulher de itapecerica, das terças
das gargalhadas e pingado cedinho
do balanço na cozinha ao som AM
do carinho sem medida
.
- é 'dois filhos de antônio' o filme, jojo?
- não célia, não é antônio, é 'dois filhos de sebastião'
(ai, né não!?? rs)

31 de agosto de 2008

eita beleza

irritados da poeira
sacudiram os olhos
acudiram a mente, aberto e reto o caminho pra paz.
atrás do Não existido e sentido [temido]
brotaram sobre a pele branca flores coloridas
e na pisada da bota no chão
dura e seca do sol que resseca e desbota
choveu suave e fresco
encontrou afluente amigo
molhou terra, escorrEU pro mar
fluíram juntos num sorriso
poeira juntou cá
capoeira, chuva e par

20 de agosto de 2008

do fotógrafo

eu não quero me ver no reflexo dos vidros
que enquadram tuas fotografias
e montam tua exposição ...


eu quero ver o que em mim é oração,
reflexo meu refletido no teu olhar ...



*de suspiros eu olho












*tem mais no conjunto nacional

18 de agosto de 2008

das duas uma (dez pra uma)

eu prefiro as curvas ao traço reto,
as armadilhas às certezas incertas
a boca suja, desnuda de sentidos
ao silêncio covarde das noites em claro
prefiro meu gargalhar correndo pela madrugada
encontrando par
a dormir rezando, mãos juntas
sem imensidão, sem mar

ah, se prefiro!

13 de agosto de 2008

te duvidas por quê?
de onde tiras o ponto que te finalizas
que interrogas tua sina?
partes em tantas quantas até indivisíveis
até quando o tempo já é amigo-lamento
dentro do espaço. do sentir avesso
às vezes te ergues e juntas tuas tralhas
às vezes não, digo que sempre
e no chão tropeça as migalhas

então reparas

são teus, os grãos de pedras
são tuas, preciosas pedras

AMAnTE

do olhar que encontro, que tão perto encanto
de boca em boca faz gosto, sorriso de canto
que escorre gota e passeia pelo rosto
encontra caminhos, vértice na mão-contra
contra peito, rente quente

desfaz teu pranto
faz de mim cega errante,

amante

4 de agosto de 2008

quarteto

passeio bom é domingo pelo centro
é liberdade dando de esquina com a sé
cena de novela (AÇÃO!) que termina no copan
(vamos parar pro café?)
chuva fina, molha o rosto, enrola o cabelo
palavra estrangeira na ponta da língua
novos amigos pro almoço, fez-se o elo
presente aliviando a tensão
tudo com gosto de metrópole e sotaque caipira
com sorriso baixinho, visto de cima
no alto da estação

folhas amarelas

De onde se inicia uma história? Do ponto de partida que partiu em mim mais de uma. Do final do romance, história vivida e real, que revive a todo instante na memória registradora. Vem da lembrança gaga que pede a si mesma que não lembre, pra que pare de sentir.
Se sinto sei do que sou feita. Vivencio na medida em que experimento. Se calo, guardo sem voz a saudade que me sofre. Assim, do ponto de chegada, ela passa a existir em relato.

Daqui parto.

30 de julho de 2008

28 de julho de 2008

ventaniano-mês-oito

secevêapipaporcimadofio
correnumtiro
gritaputaquepariu!
senãoviracinza
sópó
desenhoanimado-com-estréia-em-abril

27 de julho de 2008

24 de julho de 2008

auto-retrato

tal qual porta me abre
escudo rompido, polido meu espelho
reflexo torcido, contido teu limite
contudo te vejo
torto, a rodo, contorno
água que é poça
ralo que é força

esco(ooo)rre imagem minha ...

ouça! é meu ...
o reflexo da água em tinta

23 de julho de 2008

18 de julho de 2008

online

da tela aberta me aparece
se parece com ela, é fresta pela janela
festa pra irmã mais velha
corpos vem e vão, raspam o azul
amigas dela!




*verso feito com carinho, de repente, pra ela, minha gracinha!

15 de julho de 2008

CENSURADO

amar é sofrer, amar é morrer de dor, xangô agodô, saravá.
me faça sofrer, me faça morrer, mas me faça morrer de amar,
xangô agodô saravá







*abençõe

12 de julho de 2008

o que fica?

chegou e viu tudo,
olhou os quatros cantos do quarto,
viu mudanças, viu tinta. cheirou incenso.
desviou o corpo, inclinou

me inclinou

no abraço ficamos até cessar a saudade
até o olhar chegar pra porta


abriu, sorriu e partiu ...

8 de julho de 2008

o eterno retorno

com quantos suspiros se faz uma torta-dele-mão?
e uma paixão?


cala-frios

26 de junho de 2008

santo, amém

coroa minhas asas com cor dourada
faz de proteção meu manto azul
dou tudo, dou nada, solidifico, só fico
traz proteção pra esse mEU descoberto,
traz abrigo
tripé perdido que não é o mesmo da lispector
que só fica se for de verdade,
aura colorida conectada ao cosmo,
trindade ...
em nome do pai, do filho

e do espírito ...

23 de junho de 2008

t - e - m - p - o

têm pessoas que nunca mudam
e têm pessoas que mudam tanto, que voltam a ser desconhecidas ...



.... eu me re-conheço naquilo que conheço

18 de junho de 2008

revive minha paixão!

arquiteTUrA

hahahahahahahahaha

hoje eu sou só-riso
visita amiga, pedaço de pizza
vinho no copo de requeijão
sonho, não mais solidão

16 de junho de 2008

leve vou leve vôo




pedreiro

ergue pedras, Cola com cimento, com mãos estrutura
ossatura feita da força bruta, dos ossos frágeis que executa
escuta o som ardido do martelo, da pá, da britadeira
ruído ouvido no que coloca de pé(dra) seu desenho
de pedra, tijolo, cimento e cal
da mão grosseira de alergia
assenta o azulejo, senta pro almoço, esquenta o arroz sem sal
dói costas, mãos, ombros e lamento
falta pra pagar a conta, mas deixa a obra pronta

deixa sua obra de arte
esquecida na noite de insônia ...

15 de junho de 2008

como se diz excessão em por-tu-guês?

que resta

se sei do que falo me falta o que sinto, me falta a calma,
a alma estirada sobre teus lencóis
falta a cama de dois, de quem ama de manhã ..

então ... amanhã, nada do que sinto será o que te falei
rasga o verso, deixa a cinza cair de tua altura
do grito alto que te expulso não sobra nada,

sobra a colcha verde sobre minha cama

maçã do amor

cabeçadevento-ventania-noquartoandar-
noquartopintado-fez-se-o-escuro-blackout-monamour-
arquivosperdidos-dwgnolixo-fez-se-denovo-oquejásehaviafeito-
re-feito-boraandar-até-o-copan-
lavaroupasuja-comepão-sorri-com-o-amor-
amizadecolorida-édomingodemanhã!

9 de junho de 2008

virá que eu vi!

"e aquilo que nesse momento se revelará aos povos
surpreenderá a todos não por ser exótico
mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto

quando terá sido o óbvio ..."

8 de junho de 2008

dos cheiros e das mãos

a vida está cheia deles né não

eita e como é bom

7 de junho de 2008

4 de junho de 2008

vem

jasmim
jaz mim
morte ao próprio eu
jaz auto-ilusão
devaneios
traz à tona a purificação
traz eu
atrás de qualquer escrita, sentida, falada
estou eu

metraz jasmim

alojadosdentrodela

"eu e ela estávamos ali encostados na parede
ela estava em silêncio, eu estava em silêncio
eu sentia o corpo dela junto ao meu
os dois seios, o ventre, as pernas
e os seus braços me envolviam

eu pensei que ela deveria sentir o calor que eu estava sentindo
nós dois estávamos imóveis encostados na parede
eu não me recordo quanto tempo
mas nós estávamos abraçados
e encostados ali há muito tempo
eu não me recordava se eram horas, dias, meses
nós dois esquecemos naquele momento que nós dois pretendíamos a paz
dentro da violência do mundo

e sem perceber a chegada da paz,
nós dois estávamos alojadosdentrodela ...

nós não saímos da parede e a paz nos encontrou subitamente
não enviou nenhum sinal
e nós não procuramos a paz ..."

1 de junho de 2008

tempocanção

a letra canta, chora, declama
poderia então sentir por mim
tenta ...
estranho sentimento toma conta
das entranhas resmunga a dor de dentro
nem seu som me alcançou
nem sua voz, nem o pranto
o tempo adormeceu ouvindo nossa lentidão

tanto

tem ele, eles, aquelas. tudo dentro desta. freio que não derrapa na descida.

renascida!

27 de maio de 2008

sentado te chego

pintei como quem nunca soube,
como quem já sabe de cor de que cor é estampa da minha alma
toquei como quem nunca amou
quem ama inocente, no beijo revela pra quem estou
quem dou
dou tudo, à pele branca, desbotada do sabor lambido
entre pernas e cores faço em ti minha morada
és lindo ... do cheiro ao sabor, à vista que te chega

lindo é a palavra que fica e diz mais ...

20 de maio de 2008

17 de maio de 2008

vem que(m) tem

paZciência




vem de leve, vem vindo, vem rindo, vem vem vem

14 de maio de 2008

paixão

Ando sem palavras como quem procura respostas no silêncio...O silêcio carrega o improvavel, a inspiração e o desconhecido...

Lá vem a barca trazendo o
povo pra liberdade que se conquista
É coisa de poeta navegar na contra-mão.

cris 5-02-03
"Meditação é libertar a mente de toda desonestidade. O pensamento gera desonestidade. O pensamento, no seu esforço para ser honesto, é comparativo e, portanto, desonesto."

FOMEnto ao teatro

fomento
qual seu fermento?
temos sede
temos fome
da Sede que NÃO habita
faz seu entendi-mento
NOSSO alimento



*sobre o panopreto

12 de maio de 2008

e o da boca?
orgasmo da língua
línguaemmim

ama!

orGASmo-DA-ALMA

soma

sinto que cheguei
ninguém sabe como
se sabe do porquê
sinto o enfim
o fim enfim
sinto
sim-TÔ
meu cinto de segurança
minha paz vazia
minha falta de azia
minha dispensa cheia de comida
meu carinho de receber colo
meu sorriso simples do bom dia
minha noite calma na caminha
minha presença no corpo
sorrindo à toa
toda
toda eu enfim minha
sominha

medeu

.



medomedomedomedomedo
detantomedodomeiosepartiuemmaisde t r ê s
póvirou
medomedomedomedopassou
deiumchute
dachuteiraquenãocomprei
comosuperpoderencontrei
medomedomedomedomedomedoquedámedo

jánãoémaismeu




.

9 de maio de 2008

mãe é mãe-zinha mãe-minha

e pra ela qual vai ser?
vai ser de uma, duas ou 20 linhas?
vai Ser gordinha!
quem dá a vida, vi-dá

viu?! como é fácil pra ela doar?

viva quem viva me fez,
faz ...
quem sem olhar sabe me decifrar
não precisa de cifrão $$
basta seu sorriso pra me acarinhar
basta sua voz ao fio
da casa-família à cidade poluída
sua preocupAÇÃO a me mimar

gigante mulher minha mãezinha
cuida. dedica. e xinga! rs
faz tudo
parece até bombril!
deixa de lado, por vezes, até sua vida
porque vi-dá

multiplica cem vezes seu gesto de cuidar
saberá de que tamanho é feito meu amor
e não é tostão
é fortUNA
que distante 270 km
une assim ela a mim ...

gordinha mais linda que eu já VIda!

eu amo, não tem outro nome ...

ai

inspiração é olho de atenção
220 de a-tensão
liga des-liga
aperta o botão
me aperta!
desperto
me diz-perto ...
despertaDOR

7 de maio de 2008

disposição

podia ser só um pra cada uma
só uma pra cada um
par que quando de frente não se sePARam
ser par de dois
único e eterno
às vezes parece tão simples
simples amar
parece bastar só a renovAÇÃO
o presente presente em cada dia de união
a mente vem ...
atrapalha, põe fogo na palha
separa o entralaçar dessas nossas mãos
mãos que pedem: escutem apenas o olhar!
mas o coração se subordina às tempestades
olha vesgo
caolho no amor
dia vira noite
noite escura

volta a procura
ou apenas pede cura ...

4 de maio de 2008

boca diz

boca dente papel
palavras acentuadas no assento do quarto de dormir
imagem corre lá e cá, deixa o vento transformar, mutação
nuvens de algo-dão
alguém-dão
a quem dá
a quem pede carinho, companhia na noite pregada no olhar
a quem SOLi-dão, se dão bem a sós frente ao sol
só então porque não
Sol lá si dóR

3 de maio de 2008

choro

"a gente vai contra a corrente
até não poder resistir
na volta do barco é que sente
o quanto deixou de cumprir
faz tempo que a gente cultiva
a mais linda roseira que há
mas eis que chega a roda-viva
e carrega a roseira pra lá ..."


hoje é assim. se tudo não foi em vão. onde estão as respostas que nem com o tempo vem.

se me encanto quero da minha vida um canto. quero do mais simples. do mais puro. essência que enche minha alegria. me faz mais viva. mais mulher. mais ser hurmano.

vem uma lágrima. duas. três ... vem até molhar o travesseiro. e depois Deus vem ...
vem o sorriso. conforto quentinho com chocolate quente e mel.

essa vida ...

2 de maio de 2008

você veouve?

http://br.youtube.com/watch?v=5mrGC-wCYVQ&feature=related

Renzo Piano - Centro Cultural Tjibaou



desenho vira escultura
interfere na paisagem
cria espaço
compõe beleza gigante
.
*é demais né!

dele

menos é mais
mais ou menos
somacomumdádois
comum ou com um?
verde no olho
dá pensamento na boca

29 de abril de 2008

ai como é bom

escre-VER

olhando

tem aquele meu olhar que é o que mais gosto de olhar
sente tudo por mim
diz tudo sobre mim

me deixa nua
me deixa rindo
me deixa tua

'tantas quantas danças couberem em uma só saia'

roda saia!
roda com outras tantas
enrosca suas cores
faz de arco-íris a roda de coco
faz com peso a leveza que te ergue e gira
saia que roda tem cor que pinta
que atira!

23 de abril de 2008

escancara!

me vindo essa súbita possibilidade, sensação
me pego num riso reprimido
riso de lado, contido, escondido
querendo escancarar de explosão

me pego re-abrindo
querendo amar de novo o novo
me jogar sem paraquedas
sem estratégias
sem medo da queda

sorrir sem medida, paixão sem ferida
amor sem par-ti-da

22 de abril de 2008

um risco de saudade
mordida no seu sorriso

20 de abril de 2008

existência

a árvore é!
não se ex-força pra ser
tem seiva que sobe
elaborada que desce
tem raiz que fixa
verde que cheira
podada se ramifica

fica essa sensação em mim
nada mais posso ser
além daquilo que já sou ...
me rendo então à vontade da terra
à vontade do céu

cuidem
alimentem minha existência ...

axé

cATIÇA
simpaTI(NH)A
saraVÁ
água benTÁ
sal grOSSO
maCUmba

dEUs me livre!

16 de abril de 2008

o grito

por que nunca ouso gritar?
ter raiva, odiar?
eu quero, oras!
de onde vem a força que cala,
que não me deixa com um soco destruir
que na compreensão, paciente se faz ciente

e se eu quisesse estourar?

não. não faço. sempre me vem uma voz e diz:
espera Josi, nada é por um triz
tudo é um sorrir
faz da vida seu parir ...

mais nada

de um prisma te vejo, te queixo
meu queixo vacila, cai, me trai
facetas que me chegam de frestas
abro mais, enxergo menos, caretas

mutilada!

14 de abril de 2008

eu mãe

eu no outro
o outro em mim

amando sem enfim

meus versos na sarjeta

cidade é sentir habitar chover desconstruir
encontro
felicidade e choro
caminho lento no escuro
velocidade cronometrada

con-vivência
carência
passos largos
silêncio

chuva fina

cai concentrada
água que guarda
lambe os prédios e ruas
pontos de ônibus, guarda-chuvas
lambe a cidade

desliza pela sarjeta

sarjeta...
memória gaga
registradora
guarda histórias
meio-fio
meio eu
meio inteira

fronteira

2 de abril de 2008

28 de março de 2008

sem título

se tudo não passa de sensação
passa pela peneira aquilo que já não é
escorre, areia diAMANTE
diante do não-desejo,
me vira em oração
me viro num giro, rodopio na roda da vida
acaricio

psiu

21 de março de 2008


'sou tímido e espalhafatoso
torre traçada por Gaudi ...
São Paulo é como o mundo todo
no mundo, um grande amor perdi
caretas de Paris e New York
sem mágoas, estamos aí ... '

20 de março de 2008

16 de março de 2008

cinema

transborda dos sentidos
alcança a alma, transita entre risada e lágRIMA
faz de mim enxurrada, fluxo de energia que salta
tão alta
chega ao centro irracional
irradia
dia

salta

salto, enxergo de perto a enxurrada
assisto um filme, emocionamos em coro
ao vivo
em cores
me atiro num sorriso
finalizo em choro

visito as lembranças
re-vivo
estou viva!
viva é a paixão
re-vive minha saudade ...

12 de março de 2008

composição: Seu Cola

cumadi juana dissi cumadi subastiana qui nu fim dessa sumana teve quarenta afilhado

ritmo: baião caipira

6 de março de 2008

entre livros e pães

livraria como gosto de padaria
o livro ria ao virar suas últimas folhas
caíram ao chão suas fantasias
como folhas,
subiram ao céu as alegrias
como gotas de vapor
te diria se fosse
comeria como pão
desmancharia nosso chão
de dia de noite
encheria teu prazer

maravilha

sigo enfim pela trilha que afasta a rotina
descortina a vida!

vamos à bella paulista!
delícia!

4 de março de 2008

ai, o amor

"amo-te tanto meu amor... não cante
o humano coração com mais verdade...
amo-te como amigo e como amante
numa sempre diversa realidade.

amo-te enfim, de um calmo amor prestante
e te amo além, presente na saudade.
amo-te, enfim, com grande liberdade
dentro da eternidade e a cada instante.

amo-te como um bicho, simplesmente
de um amor sem mistério e sem virtude
com um desejo maciço e permanente

e de te amar assim, muito e amiúde
é que um dia em teu corpo de repente
hei de morrer de amar mais do que pude"

vinicius

árvore invertida

meu alimento percepção
organizador, estruturador da manifestAÇÃO
às vezes com dor
por vezes sem dor
sempre com ardor

minha impressão

raio-X do mundo
imprime no meu corpo, no espaço entre dois movimentos
aquilo que sou
abro um sorriso
desdou o nó
sou sol

27 de fevereiro de 2008

mundo encantado

eu:
- acredito que tudo tenha um valor estético e artístico, esse valor só precisa ser ativado e revelado

o outro:
- me arrisco a dizer que tudo tenha um valor Sagrado ...



*con-vivênciaS !


...

26 de fevereiro de 2008

O Poema

"Uma formiguinha atravessa, em diagonal, a página ainda em branco. Mas ele, aquela noite, não escreveu nada. Para quê? Se por ali já havia passado o frêmito e o mistério da vida ... "

Mario Quintana

assim será

quero mergulhar no mar das possibilidades e abraçar todos os queridos
meus amigos, meus amantes, meus amores, meus primos

aquele que está por vir
vou aguardá-lo, em vigília de paz
pra guardá-lo no meu melhor lugar

virá e me levará até o mar

...

amar

quem diz mais

me contaram do movimento. do fragmento. do não lamento. vi dos portais conscientes as flores abrindo. me colocando sobre a água. o ato criador é a própria criação. eis a dança. a interpretação. o deslocamento das idéias buscando a força na parte. fragmentário movimento gerador da ação. fragmento em si dotado do todo. mas sem significação isolado. a ausência do lamento. pois a força está na vivência.

eu vi. eu sorri. eu compreendi

dancemos!

24 de fevereiro de 2008

noite de 23/02

agradeço
sim, eu mereço
amoleço

eu cresço

deixo meu apreço
por ela que me trouxe essa graça
obrigada pela noite mágica!

23 de fevereiro de 2008

21 de fevereiro de 2008

da posse e da leveza

o que for meu, será mEU
o que for eu, será nosso

consciência

visto
visito
vestido

insisto
sinto
não desisto

resisto

o visto é o seu não visto
o real não é o seu vestido
insisto no sonho que sinto
visto meu desejo de fundo luminoso
visito o que em mim resiste
existe

enfim, existo

13 de fevereiro de 2008

estética da ginga. arquitetura dos morros.


o espaço em movimento. arquidançando.


o silêncio entre

"Encontrar-se no ' vazio ' pode ser desorientador e até assustador. Nada em que se apoiar, nenhum sentido de direção, nem mesmo um indício a respeito de quais opções e possibilidades poderiam estar à frente. Era, porém, exatamente esse estado de potencialidade pura que existia antes que o universo fosse criado. Tudo o que você pode fazer agora é relaxar no seio dessa não-materialidade... Mergulhar nesse silêncio entre as palavras... Observar esse vazio entre a expiração e a inspiração, e guardar o tesouro de cada momento da existência. Alguma coisa sagrada está para nascer."

Osho

10 de fevereiro de 2008

hoje o samba saiu!

"de tanto levar frechada do teu olhar
meu peito até parece sabe o quê?

tauba de tiro ao alvaro
não tem mais onde furar!"

a arte é janela da alma

por que a arte é contemporânea
se a alma é atemporal?
se a noção de tempo é uma invenção do homem moderno,
se meu espírito experimentou todas as idades:

do nascimento da Lua ao dia em que fui tua!

a palavra monta o conceito
e desmonta a experiência ...

...

o que dói?
o que não se sente

sente-se e fique à vontade

7 de fevereiro de 2008

quando eu olho com mEUs OlhOs eu vejo dança!

círculos coloridos
maiores, menores
de todos os tamanhos!
guarda-chuvaS
guardam um ritmo
dezenas, centenas deles
guardam, executam movimentos suaves e ligeiros
pra cima, pra baixo
em frente, atrás
na contramão
por todos os lados
cruzando-se
fazendo dança
dançando
flertando-se
pra cima, pra baixo!
suave! ligeiro! em frente
sem fim!
eu vejo. escuto.
são escudos bailando
na saída do metrô consolação
movimentam a avenida
é lindo! lindo!
movimentam o meu coração,
o espaço!
arquitetura em movimento ...

e eu entrei pra ver todo o espetáculo
com um único bilhete
bilhete único
de camarote!

5 de fevereiro de 2008

sapos na estrada

tem um ponto específico no corpo para desfazer essa tensão,
aperte
na dobrinha perto do cotovelo
aperte ..
do-in
doído
é sim

quantos sapos engolimos por dia, por mês,
por estação?
e por trabalho, por amigo, inimigo,
amor perdido ou embriaguez?

dói
corrói
no coração ...

aperte!

perto do peito sentirá o alívio,
solta
salta

engulo-aperto-solto
ou
não engulo, solto perto do entulho

3 de fevereiro de 2008

mal da modernidade

(pós) modernidade
vem e tira nossa eternIDADE
corta as raízes a cada espaço de tempo perCORRIDO
tornou-nos escravos da mediocridade

sinto-me numa corrida,
na qual quem consome mais energia alheia vence o vencido

oprimido ...

quem sabe mais o francês, o ballet e o adobe premiere
ou praticou tênis e fez curso de inglês
sai na frente, esnobando seu poder

a Experiência e a Sabedoria nada contam na disPUTA
muito menos o seu SER ...

estão abertas as vagas para o curso de enologia
levando um amigo você ganha 50% de desconto na matrícula,
reserve ainda um tempo pro MBA
mexa-se, vá a luta!
ou você pode acabar na Augusta

sua puta!

2 de fevereiro de 2008

arco-íris

todas as fatias de céu roubadas de São Paulo
aqui estão
dispostas, uma a uma,
coloridas
compondo o infinito do espaço,
dando seu ritmo
imensiDÃO

já não são o opaco
não mais opacas
já não estão recortadas,
inteiras, preenchem com luz e beleza
minhas retinas desbotadas...

o universo me pega
é parte do que sou
sou parte do céu
me apego, não me nego
sou réu!

30 de janeiro de 2008

são, sã!

compreensão
com pressão
não! sem presSÃO!
sem pressa
são compressas de feridas leves,

levo rente à pele quente
que sem pressa, cura o pensamento doente

sem pressa
compreendo
não prendo
entendo
tendo entre o pensamento doente e o coração, meu caminho ÃO
meu carinho
carrinho de paixão

dão vida, dão cheiros de flores
dão amores
dão alívio na tensão

devagar divago ...
não há nada de vago!

Florbela Espanca

"São mortos os que nunca acreditaram
que esta vida é somente uma passagem,
um atalho sombrio, uma paisagem
onde os nossos sentidos se pousaram.

São mortos os que nunca alevantaram
de entre escombros a Torre de Menagem
dos seus sonhos de orgulho e de coragem,
e os que não riram e os que não choraram.

Que Deus faça de mim, quando eu morrer,
quando eu partir para o País da Luz,
a sombra calma de um entardecer,

Tombando, em doces pregas de mortalha,
sobre o teu corpo heróico, posto em cruz,
na solidão dum campo de batalha!"

(sob a luz)

27 de janeiro de 2008

mundo cão

eu não vou me adaptar!!!

26 de janeiro de 2008

da janela eu vejo

a roda gira,
a vela queima
escurece o dia
quem me faz companhia?

toca a campainha, solidão
passa a água entre o pó
passo o café
agradeço, faço uma prece
solidão me obedece,
quer mais uma xícara?

queima o incenso
vira a página do livro
gira a Terra, movimenta o mar
acrescenta mais um no censo de maio
quem te faz alegria?

pisa no chão
desgasta o solado da sandália
dá nó meu cordão
queima a mandala
a Lua é cheia
quem desfaz o nó dos que dão?

de tudo nasce um-verso
universo
uni o que morreu ao que nasceu
tudo vai,
de tudo, algo vem ...
não é não meu bem?

movimentos

movimenta
a roda gira, eu gero
o café acaba, a Lua cresce
do universo eu peço, eu rezo, eu quero ...

eu espero

"não existem perdas, existem movimentos"

Mãe Natureza

"A humanidade, como o resto da vida orgânica, existe sobre a Terra para os fins próprios da Terra. E ela é exatamente o que deve ser para responder às necessidades da Terra no momento presente.
Só um pensamento tão teórico e afastado dos fatos como o pensamento europeu moderno podia imaginar a possibilidade de uma evolução do homem independente da natureza ambiente, ou considerar a evolução do homem como gradual conquista da natureza.

Quer viva, quer morra, evolua ou degenere o homem serve igualmente aos fins da natureza!"

Gurdjieff

25 de janeiro de 2008

pedreiro

as pedras gargalham no meio do caminho
uma a uma juntam-se
textura rígida sobre o chão
costuram a terra, tampam seus ouvidos

gargalham

tampam os olhos do pedestre desatento
sofrido
donas da superfície irregular, são elas, de base sólida
são dores do pé descalço
pobre pedestre

gargalham as pedras

da terra sobe a luz, abre o chão
sofrido sorri sobre a textura
abrem-se os ouvidos
vê entre,
o vão

as pedras lhe servem de chão
ou choro se enxerga em vão ...

comilança e lambança

gosto mesmo é do bauru
napadria perdicasa eu como mesmo se for cru
crufagia
já me vem a fadiga
eu como de tudo

essa noite sonhei que dois homens me beijavam abaixo da cintura

crua e nua pela rua
de manhã iremos apadria
viajaremos para bauru
e trocaremos de cintura

à tarde
comeremos nossas vontades
do misto ao bauru

15 de janeiro de 2008

parabéns pai

ele é assim, sem fazer nada faz um tudo
deixa a vida mais fácil de respirAR
além, mais linda, mais simples de acreditar
acredita na coisa dita
mais ainda na coisa sentida
apóia
feito mesa de madeira nativa
apoio
firme, forte
com aquela barba
que conheço desde piquitita

ben-dita barba!

sorri
faz cara de bravo
fala da natureza como quem a descobre pela primeira vez
fala de nomes que guardo uma só vez
goiaba, formiga, manga, bem-te-vi, saracura
tá tudo na sagrada escritura!

carrega como relíquia

faz seu chão assentado de piso simples, da Bíblia
bem assentado
acabamento que agrada os olhares
os lares
sua ARTE, seu ponto de vista

quantas alegrias!
grati-dão
me dão
seu jeito me faz sorrir
sou grata

e nada mais poderia ser
é o tudo!

sou aPAIxonada

que ela regresse?

mas se ela voltar
se ela voltar
que coisa linda
que coisa louca ...

chega de saudade!

10 de janeiro de 2008

criança em dança

danço
dançam
dançamos

dancemos

dança, dançando!

dancem!

com c
com cedilha


a dança dedilha as cordas mais íntimas do corpo!


dancemos ...

Kabir

Dance, meu coração! Dance hoje com alegria. As formas do amor enchem os dias e as noites de música, e o mundo ouve a melodia. Loucas de alegria, a vida e a morte dançando ao ritmo dessa música.As montanhas, o mar e a terra dançam. O mundo do homem dança em riso e lágrimas.

8 de janeiro de 2008

prazer

fiz biologia
mas me encantei mesmo foi pela orgia
hoje em dia as horas viram a esquina
me encontram ali, atrás da cortina
descoberta
aberta!
sem sentidos
cega, apenas meu corpo me dá as respostas
minhas costas revelam meu desejo
minhas bocas acariciam o estranho
me reconheço,
assumo o desconhecido
e encho de prazer meu sorriso

2 de janeiro de 2008

exercitANDO

diante das coisas não ditas
dos passos sem marcas no asfalto, no chão de terra batida
do murmúrio baixo que não ultra-passa os ouvidos presentes
ou-vindos de outros por trás das janelas
ausentes de palavras altas
corre tudo no imagináRIO da vida
correnteza forte levada a tempo
sem pressa, sem calma, descompassada com minh'alma
minha alteza, minha REALeza
fantasia que eleva os pobres
alma empobrecida pela vaidade
enCAPAda de egoísmo, diz não à cumplicidade
esTAMPAda de cores em preto e branco
corre tudo, anda sem ritmo pelo labirinto
sem saber que as portas não correm na mesma velocidade
estão aquém, além do tempo
voam por cima do ego, aberturas que permitem mEU

1 de janeiro de 2008

...

Resta essa capacidade de sorrir
depois de caídas todas as lágrimas
o desejo insaciável de amar e ser amada
a cada abandono desesperado do amargo não

resta a vontade de renovar a aliança
sentir renascer a cumpliCIDADE
a ternura tola dos poetas
condenada pela eternidade à prisão da esperança

o resto é resto!

amém

rezei pra nossa senhora me tirar a dor
quis nunca mais engolir
sim digo sim ao amor
não, me diz não o amor

engoli
li reli todos os versos
não entendi
aquela mutação
então sofri
sofrEU aquele amor
não me faz digestão

peço então
da nossa senhora a proteção
contra a dor que vem do amor
contra os enganos
contra o eu que não me faz bem
contra o tu
não me quer bem

força todos os dias
a cada bom dia
eu quero força
para além

me traga alguém do bem ...
vem vem
amém!