22 de fevereiro de 2011

21 de fevereiro de 2011

se a palavra dança
em minhas curvas,
curvo-me
o corpo
de dentro pra fora
do centro
pro eixo
movimento no momento da carne
da altura que alcança
minha ossatura
crio,
divido-me em pedaços de mim
tantas quantas repartida
miudezas minúsculas do espaço habitando
conectadas
por eixos
que vão
me vem
no sentido da hora, da minha não hora (mão)
eu vão
vazios de ser cheios (seios)
circulo entre minhas divisões
atento e tento num giro de cruzamentos
dimensões
gerar
espaços de tráfego, de rotas de energia
espirais ascendentes
música com o tronco, braço
cabeçaentrelados
como quem deseja do fundo
de um afunilamento da carne
ou da expansão do contrapeito
alcançar o fora de mim
a morada de outros corpos
cruzar-nos
percorrer feito fio elástico
o caminho vértebra-dentrodacabeça
daquilo que outrora era o outro
e nesse instante também meu, é somos
no atrito extrair uma vela
letra
que revele, sem tantas
meia-luz
um encantamento pelo movimento da poesia branca
do tanto somo, já tonto
dos sons do corpo
seguimos tantos
gerando dança
pro-nome nosso