12 de dezembro de 2010

25 de novembro de 2010

eu sou cristã
espírita
atéia
descrente
tenho fé
punk
tenho ele
que sou Eu
de esquerda
a mão direita
perdi
torto ando
vai carlos!
minha bandeira vermelha
o menos pior
a boca muda
meu olho inchado

foda-se o capitalismo sustentável

as lágrimas
o não ser
o vazio e o silêncio

estamira

o lixo. a noite escura
o amor

o não-sendo-eu
o sofá
minha bunda no sofá
minha mente esmagada na parede
meus ohos dirigidos para o molho do macarrão

o sorriso
meu vô sem minha vó

o amor vem depois

aomaremos

gosto do mar
porque me movimenta
me transborda
me quer
não pergunta quem sou
porque sou
e sem saber-me, meu a-mar
"Corre um rio de minha boca
corre um rio de minhas mãos
dos meus olhos corre um rio.

na verdade sofro de excessos, que me dão certo vocabulário
como derramar, escorrer, atravessar
tenho a impressão de que tudo vaza em sobras
tenho dificuldade em caber"

viviane mosé



"Sei que nunca terei o que procuro
e que nem sei buscar o que desejo,
mas busco, insciente, no silêncio escuro
e pasmo do que sei que não almejo."

fernando pessoa

19 de novembro de 2010

17 de novembro de 2010

8 de novembro de 2010

SE EU ESQUECER QUEM SOU, DEIXE A CHAVE EMBAIXO DO TAPETE
o rio tietê e o rio pardo

s s s s s

pa la vra
la vra r
ar
le va ar
le ve
vê - lo
ve lar
pra lá
ve lo rio
so riso
meu rio
ao mar
a ter ra
aterro
e lavro
in tei ra
e tê-lo
tem mar
teim ar
pa la vra pra ver-me

23 de outubro de 2010

14 de outubro de 2010

vivaovivo



porjoejo



"não tenho casa, não tenho sapatos
não tenho dinheiro, não tenho óculos
não tenho roupa, não tenho suéteres.
não tenho fé, não tenho barba
não tenho mente
não tenho mãe, não tenho cultura
não tenho amigos, não tenho escolaridade
não tenho nome, não tenho amor
não tenho passagem, não tenho ficha telefônica
não tenho Deus
O que eu tenho?
porque eu estou viva?
sim, o que eu tenho?
ninguém pode se livrar disso
tenho meu cabelo, tenho minha cabeça
tenho meu cérebro, tenho minhas orelhas
tenho meus olhos, tenho meu nariz
tenho minha boca, tenho meu sorriso
tenho minha lingua, tenho meu queixo
tenho meu pescoço, tenho meus seios
tenho meu coração, tenho minha alma
tenho minhas costas, tenho meu sexo
tenho meus braços, tenho minhas mãos
tenho meus dedos, tenho minhas pernas
tenho meus pés, tenho meus dedos dos pés
tenho meu fígado, tenho meu sangue

tenho vida, tenho minha liberdade
tenho a vida
tenho uma dor de cabeça e dor de dente
momentos ruins como você
tenho vida, tenho minha liberdade
tenho a vida, vou conservar isso"

7 de outubro de 2010






-isso sim é um manifesto, porra!





24 de setembro de 2010

14 de setembro de 2010

1 de setembro de 2010

astronauta
astro
auto
auto-astro
auto-nauta
naufrágio
frágil
inata
tem nata no meu leite
a vaca me dá o leite
a carne
a merda
astronauta me dá
a sede
a viagem
auto-retrato
auto que sou
sou vaca
sou astronauta
mingau de qualquer coisa
conjunção de duas ou mais sextas.

24 de agosto de 2010

21 de agosto de 2010

11 de agosto de 2010

parte minha é tua
par-ti-da
parte da ida já me encerra na volta
volta
volto em fragmentos de desejos espalhados pelos dias passados e peço
recolhe-os e monte-me sua
és amor nos meus olhos
és bem-vindo sendo meu
dançando soul sua
roda-tempo-viva-roda

apoio a leveza no meu peso
e sinto
sou leve sendo nós
e amo

4 de julho de 2010

1 de julho de 2010

nutre trigo do vento semente
sol trem no leste em tempo
canto mente tente o pós-sente
trem traz trigo perto alimento
fogo cama carne livre
nu manto norte encanto
roldana chama pós-mente
sem tampa. cara semem
rodando. encara carne vem do tempo e venta sul
o nu, nutre trem carrega tu
toda a terra.

24 de maio de 2010

amaréenrolarsenumnovelodelã

16 de maio de 2010

duvido enquanto ainda houver chance de dúvida
relato o que sou sem medo do medo tomar minha face
o que sinto é certo, o que duvido é busca
traço um desejo numa noite em claro desenhado de sonhos em roda-canto
sorrio, decidido que sou livre
estendo a mão, enquanto se fizer medida de corpo que a receba
sou corda bamba pra formar o meu samba

que venham as flores.

29 de abril de 2010

meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

21 de abril de 2010

20 de abril de 2010

reunião do tupperware!

em 50 em 80

em 2010

fotos e figurino: ricardo antunes

16 de abril de 2010

31 de março de 2010

veio na pele

nego, os dias correm comigo andando
na corda amarrada entre as pontas dos minutos dos suspiros imaginativos
uma mente em vôo
caminho
no meio, minha caminha..
você ao lado
eu de lado não escuto o grito dos injustiçados
escuto as preces
não peço de mãos e pés juntos
34%
peço um poema estampado nos olhos que habitam essa Terra

acordo com gosto
talvez se
e dia que nasce de um poema, nasce bem
bem-te-vendo
bem-vindo
não temos porcentagens no cardápio do dia
valores em reais cruzeiro libras ou euros

temos um romantismo frustrado
mas ainda sim. doce feito água de nascente de rio.
re sem pre re
criar

força da natureza da Terra
qualquer dia vem ela com tudo, vem (d)ela
troca de pele,
deixa velho até homem descrente
eu na pele viro poro,
poro para
nova vida de outros tempos

24 de março de 2010

canta canta minha gente
cante-o
canteiro
dança a obra do mestre
cantado à força bruta
tuas mãos não são sujas
o calo que nasce do calor
à margem
no canteiro
canto-te pedreiro de pedra
num canto da obra mora teu nome
mora noutro tua família canto
canteiro verde de plantas nativas

sou viva do canteiro que me criaste.
mestre e pai

11 de março de 2010

3 de março de 2010

23 de fevereiro de 2010

boato

o calor
o fio-dental
o dente de leite
castelo de água no tempo do oceANO
costura de mãos no espaço entre as pernas
família de areia, o ar e a cheia

3 de fevereiro de 2010

"abusou do scotch, disse que meu corpo era só dele aquela noite,
eu disse please ."

23 de janeiro de 2010

até...

o cheio é do vazio que habita na conta, a noite que não dorme
chegar, sempre chegar
e se o cheio quisesse esvaziar? trocar dois ares, transitar entre o alargamento do poder
se essa terra, de tantos que gemem, nega sua reversibilidade,
eu não.
caminho de volta. pro interior de mim que é tentativa de essência
entendo o vazio do cheio. sofro na imobilidade da velocidade sem freios.
minha-condição-imigrante-pós-moderno.
migrarei de volta.
enquanto o centro gira. a borda irradia.
descentralização.
um alívio à terra que hoje garoa choro nas minhas costas. sair. às vezes, sair.