9 de dezembro de 2011

somente o sonho trouxe
mas também
alguns ventos sentido norte
e noites atravessadas na cerveja

talvez um olhar dizendo sobre possiblidades
e meu companheiro da vida, a tomada desligada.

então deixem-me com meus sonhos e desligamentos
se o chão que atravesso me traz folhas verdes
delas alimento a casa
recolho lágrimas
egoísta que sou

4 de novembro de 2011

oração

guarda o amor em tuas gavetas
ora e enterre protegida sua imutável parte
nas angústias
amor reforçado e somente o amor
e sua face negra, apenas
seu rosto
no meu
ora e guarda
bendita ave-maria
proteja o sagrado canto dos desejos em
nós
e o nó só laço de fidelidade
felicidade de recolher tristezas juntos
e sorrisos das viagens pela rifaina
guarda nas gavetas nossa senhora
ama e abençoa
no casamento ou
na cama
sendo criação da terra
o filho



somos quem podemos ser
sonhos que podemos ter


3 de outubro de 2011

o sentir-se e medir-me
mentiria qualquer palavra querendo dizer sobre o pouco
sob o pobre, pôr-do-solado
sola que esfrego e roda
pé(s)-comunhão
dedos de gente criando mão e algum indício
de fita métrica
esticada sobre meu passado
medida no hoje e apontada para sonhos
nossos
tudo de distância vira régua milimétrica de amor
uma noite de meu lado sem o seu
é amor transbordado em agora
palavras escritas
o solado, seu pé, sapateio
sapateiro na sua terra
esfrega o gosto desse tudo na alma
me capoeira
esfrega o chão da cozinha de ginga bendita
tempo-que-é-tempo espera e vive
enche o tapete de formiga
qualquer vida tem meu nome
bendigo dizeres e vôo

21 de setembro de 2011


tua, presente

16 de setembro de 2011

11 de setembro de 2011

8 de setembro de 2011


quero beijos intermináveis
até que os olhos mudem de cor


26 de agosto de 2011

22 de agosto de 2011

encontrei...

par pra minha dança

16 de agosto de 2011

cada canto
de saudade
é certeza

cada hora
no lado
é soma
troca nossa
me torce

9 de agosto de 2011

8 de agosto de 2011


quem navega no mar sempre encontra um lugar pra ficar

7 de agosto de 2011






"seu brilho parece
um sol derramado
um céu prateado
um mar de estrelas

revela a leveza
de um povo sofrido
de rara beleza
que vive cantando
profunda grandeza ..."

3 de agosto de 2011

2 de agosto de 2011




teste amador 2008
rs

1 de agosto de 2011

31 de julho de 2011



você
justinho

18 de julho de 2011

11 de julho de 2011

olhos inchados de garganta, voz-es. vós que estais a direita do pai
vozes dos olhos borbulhando em água fervente
cozinhando os
pensament
os transbordados em meus o
lhos
lhe
cai no momento em que
sozinha, com-minha caminha
com tu, tutu de feijão
alegria é pássaro no quadrado da janela
e cheiro é tu tu cozinhando as mãos entre
olh
es
olh
ares
aresta por onde
vim e vem
mesmo que só eu
com
ti
o meu braço
é mistura na hora da fome da janta
todo-poderoso
vinde e tende
idade
caiu um gota de poder concretizado
de meus
olh
os

8 de julho de 2011




doce infância, doces sonhos

24 de junho de 2011

19 de junho de 2011

cai bem








menina, a felicidade é cheia de praça, cheia de praça, cheia de lata, cheia de graça. feli-CIDADE


11 de junho de 2011


enquanto continuar a me visitar, sempre vão ter coisas a te falar ..

abandone-me

27 de maio de 2011









sem acento e pontuacao.

quando nos envolvemos com alguem que nao nos cabe. nao eh nossa medida. nao a medida fisica, essa eh simples de caber. mas a medida das ideias e da danca. do sentir a vida. essa nao vende na farmacia como comprimidos do dia seguinte. entao, quando aquele que chega e brilha alguma coisa, intuicao de uma aproximacao de almas de olhares gratuitos , vem comendo e aquecendo por dentro a vontade de ir mais dentro e ser quase um de dois.
quanto tempo demoramos pra perceber as diferencas? elas estao ali desde o comeco apontando e gritando, so tinhamos medo de mirar e perder possiveis encontros e relacionamentos. engano. como doi enganar-se. nao engano mais, o que sentir desde ja bem dentro la no peito eh verdade e diz mais.

e pelo que me chega devagar, te sinto, tanto, tanto, o olho na mesma direcao. desde a alma ate a pele mais fora de mim.

me quero alerta
Hilda Hilst

”Contente. Contente do instante
Da ressurreição, das insônias heróicas
Contente da assombrada canção
Que no meu peito agora se entrelaça.
Sabes? O fogo iluminou a casa.
E sobre a claridade do capim
Um expandir-se de asa, um trinado

Uma garganta aguda, vitoriosa.

Desde sempre em mim. Desde
Sempre estiveste. Nas arcadas do Tempo
Nas ermas biografias, neste adro solar
No meu mudo momento

Desde sempre, amor, redescoberto em mim.“




”Senhoras e senhores, olhai-nos.
Repensemos a tarefa de pensar o mundo.
E quando a noite vem
Vem a contrafacção dos nossos rostos
Rosto perigoso, rosto-pensamento
Sobre os vossos atos.

A muitos os poetas lembrariam
Que o homem não é para ser engulido
Por vossas gargantas mentirosas.
E sempre um ou dois dos vossos engulidos
Deixarão suas heranças, suas memórias

A IDÉIA, meus senhores

E essa é mais brilhosa
Do que o brilho fugaz de vossas botas.

Cantando amor, os poetas na noite
Repensam a tarefa de pensar o mundo.
E podeis crer que há muito mais vigor
No lirismo aparente
No amante Fazedor da palavra

Do que na mão que esmaga.

A IDÉIA é ambiciosa e santa.
E o amor dos poetas pelos homens
é mais vasto
Do que a voracidade que nos move.
E mais forte há de ser
Quanto mais parco

Aos vossos olhos possa parecer.“





Cantando amor, os poetas na noite
Repensam a tarefa de pensar o mundo.
E podeis crer que há muito mais vigor
No lirismo aparente
No amante Fazedor da palavra

Do que na mão que esmaga.

A IDÉIA é ambiciosa e santa.
E o amor dos poetas pelos homens
é mais vasto
Do que a voracidade que nos move.
E mais forte há de ser
Quanto mais parco

Aos vossos olhos possa parecer.


que lindo deusinho que lindo
como amo o ser humano
o seu humano



25 de maio de 2011

ao mestre da saudade

O amor

Wladimir Mayakovsky (1923)
(Tradução de Haroldo de Campos)

Um dia, quem sabe,
ela, que também gostava de bichos,
apareça
numa alameda do zoo,
sorridente,
tal como agora está
no retrato sobre a mesa,
Ela é tão bela,
que, por certo, hão de ressuscitá-la.
Vosso Trigésimo Século
ultrapassará o exame
de mil nadas,
que dilaceravam o coração.
Então,
de todo amor não terminado
seremos pagos
em enumeráveis noites de estrelas.
Ressuscita-me,
nem que seja só porque te esperava
como um poeta,
repelindo o absurdo quotidiano!
Ressuscita-me,
nem que seja só por isso!
Ressuscita-me!
Quero viver até o fim o que me cabe!
Para que o amor não seja mais escravo
de casamentos,
concupiscência,
salários.
Para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro.
Para que o dia,
que o sofrimento degrada,
não vos seja chorado, mendigado.
E que, ao primeiro apelo:
- Camaradas!
Atenta se volte a terra inteira.
Para viver
livre dos nichos das casa.
Para que
doravante
a família
seja
o pai,
pelo menos o Universo;
a mãe,
pelo menos a Terra.

13 de maio de 2011

lento pro chão antes do tempo
não rachar
e não te vazar fazendo guardanapo dos meus dedos
tento o quanto me tente manter o tato

em você
tem poesia em você
e me encanta te ler
me encanta te ler

me encanta te ler..

carrego suas estrofes de você no olhar
quero o amor fazendo cócegas na minha língua
quero a tinta fazendo filho no meu ventre
mas deixo o tudo no silêncio
pra não vazar a rima
pra te fazer liga colorida.

só não caçoe da minha falta de talento pra malícia
sou poesia nela..
e saliva
que guardo e te farto.

26 de abril de 2011

23 de abril de 2011

sempre

a mágica das gavetas fechadas
carregando entidades de sons
das roupas e papéis destemidos que julgam o sal da comida sem sabor
as linhas dos cadernos rabiscam as ondas e deixam-me chegar e balançar o espírito
de listras
de listrada que sou
preto na branca

o branco das gavetas está cheio de tinta, de músicas de por vir
nesse líquido sou eu a transbordar os pensamentos que vão
e sólidos que vem,

a vida vem sorrindo

sempre.

contagem dos dias

conto que contos secretos são anônimosdotados de cheiros, cores e texturas de encontros de mais de um (ser),sendo a carne saliva, água na boca pra tanto deleite, conto que o gozo ensurdeceu-me aos gritos, me deixou de boca aberta para atritos secretos compartilhados ... o gosto pro mais.

12 de abril de 2011

segunda-feira

no seu lado
sou suporte
que sua mão desenha
rabisca
a alma
o corpo
dormente então
abre e atravessa o desejo
metros e metros
que sua mão recria
inventa de dedos
me desenha
de ilustra(cora)ção

e lustra

dentro o peito avisa e de certo (certinho antes rs) não evita
o perigo
seu olho olho em mim

deixa...
e me imensa.

30 de março de 2011

como se fossem feitos de bocas
boca boca boca

os corpos

quando tocam-se

8 de março de 2011

eu quero é botar
meu bloco na rua!

22 de fevereiro de 2011

21 de fevereiro de 2011

se a palavra dança
em minhas curvas,
curvo-me
o corpo
de dentro pra fora
do centro
pro eixo
movimento no momento da carne
da altura que alcança
minha ossatura
crio,
divido-me em pedaços de mim
tantas quantas repartida
miudezas minúsculas do espaço habitando
conectadas
por eixos
que vão
me vem
no sentido da hora, da minha não hora (mão)
eu vão
vazios de ser cheios (seios)
circulo entre minhas divisões
atento e tento num giro de cruzamentos
dimensões
gerar
espaços de tráfego, de rotas de energia
espirais ascendentes
música com o tronco, braço
cabeçaentrelados
como quem deseja do fundo
de um afunilamento da carne
ou da expansão do contrapeito
alcançar o fora de mim
a morada de outros corpos
cruzar-nos
percorrer feito fio elástico
o caminho vértebra-dentrodacabeça
daquilo que outrora era o outro
e nesse instante também meu, é somos
no atrito extrair uma vela
letra
que revele, sem tantas
meia-luz
um encantamento pelo movimento da poesia branca
do tanto somo, já tonto
dos sons do corpo
seguimos tantos
gerando dança
pro-nome nosso

22 de janeiro de 2011

e meu chão de sapateiro
a arte que não grita
a parte não-minha
o destino deixado a sorte
a saudade
meu porre
sua porra
a arte, a fábrica, a vida no vão de dois tempos
o que vai e o que não vem e sente é já
não são as palavras que vão te contar,
são as cortinas em movimento da sua sala-tempo