29 de abril de 2008

ai como é bom

escre-VER

olhando

tem aquele meu olhar que é o que mais gosto de olhar
sente tudo por mim
diz tudo sobre mim

me deixa nua
me deixa rindo
me deixa tua

'tantas quantas danças couberem em uma só saia'

roda saia!
roda com outras tantas
enrosca suas cores
faz de arco-íris a roda de coco
faz com peso a leveza que te ergue e gira
saia que roda tem cor que pinta
que atira!

23 de abril de 2008

escancara!

me vindo essa súbita possibilidade, sensação
me pego num riso reprimido
riso de lado, contido, escondido
querendo escancarar de explosão

me pego re-abrindo
querendo amar de novo o novo
me jogar sem paraquedas
sem estratégias
sem medo da queda

sorrir sem medida, paixão sem ferida
amor sem par-ti-da

22 de abril de 2008

um risco de saudade
mordida no seu sorriso

20 de abril de 2008

existência

a árvore é!
não se ex-força pra ser
tem seiva que sobe
elaborada que desce
tem raiz que fixa
verde que cheira
podada se ramifica

fica essa sensação em mim
nada mais posso ser
além daquilo que já sou ...
me rendo então à vontade da terra
à vontade do céu

cuidem
alimentem minha existência ...

axé

cATIÇA
simpaTI(NH)A
saraVÁ
água benTÁ
sal grOSSO
maCUmba

dEUs me livre!

16 de abril de 2008

o grito

por que nunca ouso gritar?
ter raiva, odiar?
eu quero, oras!
de onde vem a força que cala,
que não me deixa com um soco destruir
que na compreensão, paciente se faz ciente

e se eu quisesse estourar?

não. não faço. sempre me vem uma voz e diz:
espera Josi, nada é por um triz
tudo é um sorrir
faz da vida seu parir ...

mais nada

de um prisma te vejo, te queixo
meu queixo vacila, cai, me trai
facetas que me chegam de frestas
abro mais, enxergo menos, caretas

mutilada!

14 de abril de 2008

eu mãe

eu no outro
o outro em mim

amando sem enfim

meus versos na sarjeta

cidade é sentir habitar chover desconstruir
encontro
felicidade e choro
caminho lento no escuro
velocidade cronometrada

con-vivência
carência
passos largos
silêncio

chuva fina

cai concentrada
água que guarda
lambe os prédios e ruas
pontos de ônibus, guarda-chuvas
lambe a cidade

desliza pela sarjeta

sarjeta...
memória gaga
registradora
guarda histórias
meio-fio
meio eu
meio inteira

fronteira

2 de abril de 2008