24 de novembro de 2009

tem que ter
ter que haver
há de ver, ver-melho
ver melhor o verde
ver-te bem
bem-te-vejo
vejo o beijo
logo chego
ver com teu
tem que dois
liquidificador
cá sem dor
nós dois
tem que vejo
bem-te-desejo
te seja
e beijo meu desejo sendo teu
tua, há de ser
em gozo
o nós
a espera encontrou a saída lágrima
um entreaberto de quase vidas que vão e deixam suspensos sonhos calados
tempo escorrido
cansa a saia aguardar o vento que mostre suas pernas
enruga a palavra memórias de quartos de cores desbotadas
as portas desabotoadas
os diários nas paredes
junto à lágrima contorna as horas, sopra a dança - a espera -
o movimento do ser no espetáculo do vazio
vá-ser

8 de novembro de 2009

caminha
cá minha
cá dentro
minha cara
me encapa
nhazinha
sozinha-sou-inha
na cama
sou capa
peledentrodaminha
que ama
daninha
danada
deutudo
do tanto que ouviu
deixou escapar no momento da dúvida o traço forte de um rabisco
já não implora o sagrado da respiração guardada em algum ritmo
da pele que goza , da morte árvore
qualquer vento que rasgue a lentidão da carne
traz consigo algum braço de desejo
desenho