28 de novembro de 2008

27 de novembro de 2008

dos lugares que visito fica o meu olhar
fica meu-o-olhar, e o cheiro no varal da casa de morar

é luz e faz jus





*desenho de Paula

23 de novembro de 2008

eu não vou escrever aqui mais uma palavra de amor!

não, não me sobrou mais nenhuma pra estampar essa tela, tela preta de teclar.

22 de novembro de 2008

15 de novembro de 2008

eu e você

se te percebo
daqui aTRAIO, te trago
feito cigarro,
meu fumo afasta mal olhado

espanta espantalho

se daqui percebo,
tudo, percevejo

te rasgo
deixo tudo uma coisa só
nós dois, um nó

agora eu era o herói e meu cavalo só falava inglês


12 de novembro de 2008

levo assim. leve assim



parte de mim é o que vejo
a outra parte, vermelho

9 de novembro de 2008

vou contar um conto, vou chamá-lo de canto da ausência.



ela já sentia gelada a água. sentia o frio e o suor do estômago gota a gota crescerem dos pés em direção ao tornozelo, cintura e esmalte vermelho. água de poça, de transborda, de borda de rio.
podia naquele instante parar e saltar, alcançar o espaço quente, o lugar firme do casaco no corpo e do alívio no ranger dos dentes.
escolheu ficar. estática. gelando.
além, escolheu de dentro buscar pouco a pouco o carinho pulsante, o calor latente, colar di-amantes perdido no lago sereno, na mesa do café, no olhar da troca.
colheu tudo o que pode no tempo que lhe restava, colheu os sorrisos, os gestos, o aperto no peito, a atenção recebida e toda a paixão, enfim, erguida.
juntou cada pedaço re-encontrado e montou com um ou dois movimentos um abrigo. quente tão quente que aquela água parecia ser só uma armadilha pra ela não continuar, e deixá-la sem experimentar a sensação mais mágica de sua vida, o que chamo aqui de Encontro. todo o resto assim lhe parecia pequeno perto disso. ilusões e devaneios de uma cabeça inchada.
fixou no que tinha em mãos, em mente, a frente, em volta, nos pés, na alma. sentiu uma paz imensa e uma vontade de ser mais. com tudo somado tinha certeza da passageira tempestade, certeza de que era apenas uma passageira sem aviso prévio, alguém que descobre como se sente a vida com cada poro do tempo. em cada poro do corpo.

foi quando quis compartilhar, contar do que tinha visto e sentido. quis falar da plenitude, do amor suave, da conquista da intimidade, do casaco grosso que tinha esquecido no armário. que agora podia emprestá-lo, ser com ele.

e foi que a água sem mais espera, inquietante, subiu subiu subiu, deixou seus braços, pernas e seu abrigo batendo, procurando saída, procurando uma voz alta que pudesse falar tudo antes do tudo. mas tal água densa sem enfim, sem conseguir escutar, congelou-a toda. deixou afogada todas as suas descobertas e seu sonhos encontrados.

ali naquele instante.





não. vou chamá-lo de canto da saudade.
gosto de vestir listras
e beijar bolinhas

delirando. o livro e o chão



esse é fera demais


*mê, chegou!

7 de novembro de 2008

DESABAfos

(co)ordenaDOR
descoordenamor

vaipraputaquepariu
e-zé-fi-ni-u

sá(ba)bado

cadavezqueemvezdecinco
vezesdoissefazemdez
dezvezessinto
dasvezesdanço
talveztechamo
promeutangomanco
orangotango