31 de agosto de 2008

eita beleza

irritados da poeira
sacudiram os olhos
acudiram a mente, aberto e reto o caminho pra paz.
atrás do Não existido e sentido [temido]
brotaram sobre a pele branca flores coloridas
e na pisada da bota no chão
dura e seca do sol que resseca e desbota
choveu suave e fresco
encontrou afluente amigo
molhou terra, escorrEU pro mar
fluíram juntos num sorriso
poeira juntou cá
capoeira, chuva e par

20 de agosto de 2008

do fotógrafo

eu não quero me ver no reflexo dos vidros
que enquadram tuas fotografias
e montam tua exposição ...


eu quero ver o que em mim é oração,
reflexo meu refletido no teu olhar ...



*de suspiros eu olho












*tem mais no conjunto nacional

18 de agosto de 2008

das duas uma (dez pra uma)

eu prefiro as curvas ao traço reto,
as armadilhas às certezas incertas
a boca suja, desnuda de sentidos
ao silêncio covarde das noites em claro
prefiro meu gargalhar correndo pela madrugada
encontrando par
a dormir rezando, mãos juntas
sem imensidão, sem mar

ah, se prefiro!

13 de agosto de 2008

te duvidas por quê?
de onde tiras o ponto que te finalizas
que interrogas tua sina?
partes em tantas quantas até indivisíveis
até quando o tempo já é amigo-lamento
dentro do espaço. do sentir avesso
às vezes te ergues e juntas tuas tralhas
às vezes não, digo que sempre
e no chão tropeça as migalhas

então reparas

são teus, os grãos de pedras
são tuas, preciosas pedras

AMAnTE

do olhar que encontro, que tão perto encanto
de boca em boca faz gosto, sorriso de canto
que escorre gota e passeia pelo rosto
encontra caminhos, vértice na mão-contra
contra peito, rente quente

desfaz teu pranto
faz de mim cega errante,

amante

4 de agosto de 2008

quarteto

passeio bom é domingo pelo centro
é liberdade dando de esquina com a sé
cena de novela (AÇÃO!) que termina no copan
(vamos parar pro café?)
chuva fina, molha o rosto, enrola o cabelo
palavra estrangeira na ponta da língua
novos amigos pro almoço, fez-se o elo
presente aliviando a tensão
tudo com gosto de metrópole e sotaque caipira
com sorriso baixinho, visto de cima
no alto da estação

folhas amarelas

De onde se inicia uma história? Do ponto de partida que partiu em mim mais de uma. Do final do romance, história vivida e real, que revive a todo instante na memória registradora. Vem da lembrança gaga que pede a si mesma que não lembre, pra que pare de sentir.
Se sinto sei do que sou feita. Vivencio na medida em que experimento. Se calo, guardo sem voz a saudade que me sofre. Assim, do ponto de chegada, ela passa a existir em relato.

Daqui parto.